quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

E aí, vai rolar amigo secreto?


O Natal chega e com ele:


1) Ouvimos 327 vezes a música da Simone: “Então é natal, e o que você fez?”;


2) Engordamos uns 2 quilos bem antes da semana do ano novo, que era justamente o momento em que precisaríamos estar na melhor forma;


3) Percebemos que todo arroz ou algum outro prato levará uva passa (e pra que isso, gente?);


4) Assistimos Roberto Carlos na Globo, com o seu especial de final de ano inédito. (Inédito, hein?);


5) Provavelmente alguma criança vai chorar com medo da máscara do Papai Noel;


6) E fazemos o famoso amigo secreto.


Aliás, falando nele... eu adoro!


Que brincadeira boa. Cada um pega um papelzinho; Ninguém pode falar quem tirou; Ficamos pensando na descrição em forma de dicas para falar na hora de trocar os presentes; E o melhor, a expectativa: "quem me tirou e o que vou ganhar?". Aí está toda a graça do amigo secreto.


Mas nem sempre essa brincadeira é tão legal para quem realmente se empolga com ela, como eu. Que curte ir atrás de um bom presente, que fica imaginando o que a pessoa gostaria de ganhar, que vai a uma loja diferente pra pedir uma sacola nada a ver só pra aumentar o suspense. 


Chegou o dia, e nem sempre as coisas saem como imaginamos. Comigo aconteceu o seguinte: levanta um cidadão, segurando uma caixa bem pequena, retangular, da CNS. 


Já me adiantei e pensei: “Bom, claro que ele não me tirou, CNS é loja masculina”.


Qual a probabilidade de uma pessoa me dar um presente completamente sem sentido? 


Se tratando de mim, é alta. Pois bem. 


"Ela é loira, tem olho verde, é baixinha e adora futebol".


Só tem uma coisa que é pior do que perceber que a pessoa comprou algo que você não queria: é perceber que a pessoa comprou a primeira coisa que viu pela frente, que aproveitou a compra do sapato novo e pensou: “Ah, vou comprar uma carteira preta de couro aqui mesmo”.

 

Eu não deveria ter dito “obrigada”, mas sim: “Por que você fez isso comigo, cara?”; ou: “Já fiz alguma coisa pra você?”.

 

Nessas horas fico com inveja daquele primo de 10 anos que ganha vários presentes, da família inteira, e sai todo feliz da noite de Natal.


Enfim, coisas que só acontecem no amigo secreto (e comigo, né?), e como dizem: “Tá na chuva, tem que se molhar.”


Feliz Natal e boa sorte! 



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Não se trata apenas de uma tatuagem...


Desde pequena olhava para aqueles desenhos na pele das outras pessoas e pensava: "um dia vou fazer uns desenhos muitcho loucos na minha pele também".

Comecei a pedir para minha mãe aos 12 anos. "Mamãe, me deixa fazer uma tatuagem?". E ela me olhava e só respondia: "Está louca, Marina?"

Dos 13 aos 15 pedia o tempo inteiro, uma vez, num ato de loucura total, pois minha mãe não se deixava enfrentar, disse que faria uma tatuagem escondida, e a delicada resposta foi: "Se você aparecer com alguma tatuagem aqui em casa, eu arranco com a faca." 

Diante disso, achei melhor esperar um pouco mais. Coitada, como sofreu minha mãe! 

Depois de anos pedindo, quando completei 16 anos, uma luz divina, ou melhor, diabólica, porque segundo muitos por aí tatuagem não é coisa de Deus, minha mãe deixou! 

Não pude conter a felicidade no dia em que ela falou: "Tudo bem, Marina, pode fazer uma tatuagem, mas tem que ser pequena". E lá fui eu pesquisar na internet um desenho pequeno. Achei uma borboletinha de asas fechadas, feita de tribal, somente com traços pretos. Bem bonitinha!

Num surto de inteligência, ao invés de imprimir o desenho e levar para o tatuador, resolvi desenhar eu mesma a borboleta, num pedaço de folha A4, bem feliz. 

Por ser menor de idade, minha mãe teve que assinar uma autorização. Já o tatuador, muito profissional, pegou meu desenho e passou direto para o transfer. Nem pra dar um toque do tipo: "Vou dar uma melhorada nisso aqui."

Fazer aquela tatuagem foi o ápice da minha liberdade juvenil, foi mostrar para a sociedade que eu era praticamente independente, mesmo meu pai não me deixando voltar depois das 2h da manhã para casa, e mesmo indo me buscar em todas as baladas. 

Esse sentimento maravilhoso foi até o dia em que olharam para a minha "borboleta de asas fechadas" e disseram: "por que você tatuou o gato felix?"
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"OI? GATO FELIX?"
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Depois do susto e de alguns anos, fiz um cover up maravilhoso e me livrei daquele desenho feito a mão por uma menina de 16 anos. 

Foi só uma questão de tempo para começar a fazer mais tatuagens e me apaixonar, cada vez mais, por essa arte. Sim, para mim, e para muitos, tatuagem não é coisa de bandido, não é marcar a pele para sempre, é uma arte. Como qualquer outra que um monte de gente fica olhando por horas e babando nos museus.

O que me deixa triste são os 'pré-conceitos' que muitos fazem sobre pessoas tatuadas. 

Aliás, este post não deixa de ser uma singela homenagem a todos aqueles que amam tatuagens.

Este post é pra você, que gostaria de poder fazer tatuagens no braço, sem ter medo de não ser contratado em uma grande empresa;
Que já teve que colocar um casaco ou um terninho, para escondê-las;
Que tem tatuagem, e muito mais caráter do que muita gente com a pele lisinha por aí;
É pra você, que tem tatuagem e trabalha por duas pessoas que não têm;

Este post também é pra você que não tem tatuagem e acha que tatuar o corpo é estragar a pele;
Pra você que não se consulta com um médico tatuado;
Pra você que não contrata alguém tatuado;
Pra você que julga aquele que tem um dragão nas costas, uma frase no braço ou uma estrelinha no pé...
 
Na verdade, no fim, este post não é apenas sobre uma tatuagem mal feita aos 16 anos, mas sim sobre julgamento. É sobre olhar para alguém e dizer o que ela é, ou deixa de ser, em virtude do que tem na sua pele, ou da cor da sua pele.

Que triste!

E cuidado: esse delinquente da foto pode salvar sua vida!


sábado, 28 de novembro de 2015

Mais amor, por favor!


"Heal the world 
Make it a better place 
For you and for me 
And the entire human race".

É com o trecho de uma das músicas mais lindas que já ouvi, que começo o post de hoje.

Normalmente gosto de falar de coisas alegres, mas desta vez não. Desta vez resolvi abrir um pouco mais do meu coração e compartilhar a dor que estou sentindo neste momento.

A dor de assistir a um noticiário e testemunhar desastres causados pelo homem à natureza e atentados como aqueles do dia 13/11, em Paris.

A dor de ver pessoas inocentes morrendo. Pessoas que estavam se divertindo e, de repente, perderam suas vidas, vítimas de fanáticos que se dizem integrantes de um exército que mata em nome de Deus.

Que Deus aprovaria essa barbárie?

A dor de saber que famílias choram pelos seus filhos, irmãos, país e mães, que foram cruelmente mortos enquanto viviam momentos de alegria.

Como se não bastasse, tem ainda a dor de ver rios morrendo e mares sendo poluídos em decorrência de rompimento de barragem ou vazamento de petróleo. Pessoas que tiveram suas casas destruídas e estão desalojadas por tempo indeterminado. 

Dói demais saber que tem pessoas dispostas a matar o próximo por prazer, por maldade, por crença, por amor, por nada às vezes. Não importa o motivo, nada justifica.

Dói demais ver dois aviões se chocarem contra duas torres, e, mesmo estando longe, sofrer com aqueles que tiveram que se jogar do septuagésimo nono andar ou com aqueles que morreram de câncer no pulmão dez anos depois.

Nunca vamos esquecer aquele dia cinzento.

E não tem dor maior do que ver uma filha que é capaz de planejar friamente o assassinato dos pais por causa de uma herança que, no final, nem recebeu. Ou de um pai e uma madrastra que matam uma criança indefesa e a jogam do sexto andar.

Em que mundo estamos vivendo? 
Como chegamos a esse ponto?
O que aconteceu com o homem?

O mundo está chorando, sofrendo, sangrando!

O compositor e indivíduo de alma infantil, pouco compreendida tinha razão: vamos curar o mundo, vamos fazer dele um lugar melhor, pra mim, pra você e pra toda a humanidade.

Mais amor, por favor!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Não compre, adote!

Adotar um cão é mais do que simplesmente pegar um cachorro da rua e colocá-lo na sua casa.
Adotar um cão é acolher um ser que foi abandonado sem explicação. É dar todo carinho e amor a um ser que conheceu a triste vida de revirar lixos e se esconder do frio, e até mesmo de pessoas, para sobreviver.

Aliás, mesmo depois que estão em nossas casas, revirar lixos é um hábito que pode permanecer por um tempo. Afinal, como saber qual a próxima vez que terão o que comer?

Às vezes olho pra minha cadelinha e penso: será que alguém já te maltratou? Você já chorou de fome? Medo? Tristeza?

Ainda bem que você não fala, saber da verdade partiria meu coração.
Os donos de cães comprados que me desculpem, claro que eles tem seu valor, mas adotar um cão é diferente.

Cada gesto e cada olhar parecem um agradecimento. E como brilham os olhos desses animaizinhos quando recebem carinho. Se entregam de uma forma...


A carência natural de um cãozinho adotado, faz com que ele conquiste, ainda mais, todos à sua volta. E tem como não se apaixonar por esse olhar tão expressivo e essa orelhinha baixa?

Eles parecem vulneráveis, mas não os subestime, são mais fortes do que pensamos e sempre serão nossos mais fieis companheiros. 

Quando aqueles pequenos olhinhos me olham fixamente, sinto como se uma onda de amor me inundasse. 

Como disse, ainda bem que eles não falam, assim não podem nos contar seu triste passado, mas se Deus permitisse que apenas uma palavra fosse dita, essa palavra seria: obrigado!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aprenda a dar valor ao que realmente importa.

O que realmente importa pra você? Cada um tem a sua própria resposta, claro, mas já parou para pensar qual é o sentido da vida? Ou o sentido que damos a ela? Muitos passam sem saber, aprisionados por uma rotina que, convenhamos, não é nada fácil. Mas, há certos atos ou perguntas que podem nos auxiliar, por exemplo: já parou para contemplar o céu hoje? Coisa simples, não demora muito tempo, eu juro, apenas uma olhadinha para cima e voilá: a sensação é a de que Deus está bem ali, olhando pra você. Experimente!

 

E você costuma sorrir? Ah, você prefere simplesmente curtir o seu mau humor. Entendi. Então, quem sabe ligar pra sua mãe, pai, irmão ou aquele amigo que você não fala há tempo, e dizer o quanto ele ou ela é importante pra você. Diga como você os ama, não custa muito, mesmo que seja interurbano, um “eu te amo” dura três segundos e é poderoso demais, vai inundar de alegria o coração de quem falar e de quem ouvir, e pode transformar o dia, a semana ou a vida de alguém. Pronto, lá se foi o seu mau humor. 


Dar valor às pessoas que estão ao nosso lado é fundamental. Digo isso porque toda essa mini reflexão, se deve a um pesadelo que tive outra noite, no qual minha mãe havia morrido e eu pedia desesperadamente para que ela acordasse. Neste sonho terrível, pude vê-la no caixão, pálida, imóvel, morta. Desesperador. Eu chorava compulsivamente e pensava: "nunca mais vou ouvir a voz da minha mãe, nunca mais vou poder abracá-la". De repente eu acordei, olhei para um lado, para outro, e minha primeira reação foi falar "Obrigada, Senhor" e a segunda foi chorar. Chorei porque senti que tive uma segunda chance. Liguei pra minha mãe e disse o quanto eu a amava.

 

Perdoe-me a franqueza, mas ninguém planeja a hora de ir, então não deixe uma palavra de amor para depois, isso pode ser fatal, não apenas pra quem partir, mas também para quem deixar de falar. E me faz um favor? Não se esqueça de dar valor aos pequenos momentos de felicidade, eles são tantos, não deixe que passem despercebidos, pois são a chave para uma vida feliz.

 

Se nos déssemos conta de como é curto o tempo que passamos nesse mundinho louco, aproveitaríamos cada dia como se fosse o último, porque como dizem: “um dia a gente acerta”. E será que estamos preparados para esse dia? Quando ele chegar, o que teríamos feito de diferente? E não nos deixemos iludir, pois para alguns, infelizmente, este último dia chega rápido demais. 

 

Como estamos usando nosso tempo? E se hoje fosse o fatídico dia, para você ou para quem você ama, do que você se arrependeria? O que teria feito de diferente? Pensando um pouco mais nisso, saberemos para qual direção seguir. 


E fiquemos tranquilos, na vida tudo é uma questão de tomar a decisão certa, certa para o seu coração, aquela que te fará mais feliz, sem pensar no que os outros vão dizer, no julgamento iminente, porque quem vive em função dos outros não vive a própria vida. 


Acorda!

 


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Por que comer engorda?

Sempre me pergunto isso e penso: poxa, se a natureza nos deu ingredientes para fazer Nutella, leite condensado e doce de leite, porque nos deu também células engordativas que adoram armazená-los? 

E pior. Essas células moram no nosso quadril e se alimentam de todo tipo de gordura e açúcar que ingerimos. Elas adoram. Gostam tanto que pegam toda glicose, abraçam e não soltam mais, nunca mais. 

Como disse Paulo Gustavo (que eu amo, aliás), na sua peça Hiperativo, essa gordura no quadril não sai nem a pau, você pode entrar no mar no Rio de Janeiro, ir nadando até a África, bater o pezinho lá, tipo nadador na piscina, voltar nadando, que essa gordura estará lá, agarrada no seu quadril. 

E não é que é verdade?

Tem gente que engorda só de olhar uma receita de bolo de cenoura, e tem gente que se mata comendo doce e está sempre lá, magra e deslumbrante. Porque isso, hein? 

Tem também aquela que fala mais do que realmente come, só pra ouvir: "nossa, você come tudo isso e é tão magra, que inveja branca".

Primeiro: não existe inveja branca, amiga. Nunca diga essa frase. Inveja é inveja, e nesse momento você está se contorcendo pra não enterrar no asfalto a cara desse ser que diz comer tudo o que quer e permanecer magro.

Segundo: meio forçado, acho. Não é possível, cara. Como assim a pessoa come o que quer e não engorda? Que inveja! Inveja mesmo. Daquelas que você pensa: "tomara que sua bunda seja cheia de celulite".

Mulher é um bicho estranho, né? 

O pior é o famoso "efeito sanfona": engorda, emagrece, engorda, emagrece.... Ninguém merece isso. 

Acredito que tudo na vida deve ser feito de maneira comedida e, no meu ponto de vista, nada como uma bela reeducação alimentar. 
Fato é que: comer besteira todo dia, não faz bem, e fazer dietas malucas também não é nada bom pro nosso organismo. 

O ideal é um meio termo na comida e praticar atividades físicas regularmente, além, claro, de torcer para que aquele doce não encontre uma ligação direta com o seu culote.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O que você faz quando vê alguém caindo?

Bom, eu faço a pior coisa que alguém pode fazer: dou risada. E não é pouca, não. É muita risada.

 

Outro dia, vi uma mulher cair quase na minha frente, saindo de uma loja de doces. Ela não viu o degrau para sair e pronto, foi o suficiente para cair de joelhos e espalhar docinhos pela calçada. 

 

Eu parei, olhei e fui ajudar. NÃO. Isso é o que eu deveria ter feito. A história real foi: eu parei, olhei e dei risada. Enquanto várias pessoas foram ajudar aquela mulher humilhada pela vida, eu estava lá, rindo dela, secretamente, claro, sei que ela não conseguiu me enxergar, pois seus óculos voaram do rosto e caíram perto da barra de Laka.

 

Eu poderia ter ido ajudar, mas como? Justamente o que aquela pobre mulher não precisava naquele momento, era alguém rindo dela, na cara dela.

 

Tem outra coisa também, a pessoa já está lá, toda estatelada, com cara de dor, querendo, se possível, sumir daquele lugar, daí vem um monte de gente perguntando: “Está tudo bem?”, “Machucou?”, “Quer ajuda?”. 


Não dá, né?

 

Um rapaz ainda perguntou: “Quer que chame a ambulância?”.

 

Oi? Ambulância? A mulher ralou o joelho! Enfim...

 

Claro que não dou risada somente quando vejo outra pessoa cair, não sou tão má assim. Quando eu caio, não consigo nem levantar de tanto dar risada de mim mesma.

 

Então assim, se eu vir alguém cair não vou ajudar, ok?

 

Grata pela compreensão.



domingo, 25 de outubro de 2015

Um vício chamado sapato!

As mulheres sabem que não existe sensação melhor do que olhar um sapato na vitrine, entrar na loja, experimentá-lo, e dizer: "vou levar". Esta é uma daquelas frases que nos faz sentir poderosas.

O pensamento é simples: eu quero, eu posso, eu levo. Esse sapato é meu!

Na verdade, o mundo não é tão simples assim, mas dividir em 3 vezes no cartão, já ajuda.

É tipo uma compulsão. Precisamos de muitos pares de sapato de salto alto, rasteirinhas, tênis, botas, e parece que sempre falta alguma coisa.

Os homens não entendem: "quantos pés você tem? Precisa mesmo de tudo isso de sapato?". 

"Siiiimmmm, eu precisooooo". 

E somente nós sabemos como precisamos! 

No sul, na cidade de Novo Hamburgo, acontece duas vezes por ano (abril e setembro), a feira "Loucura por sapato". Imagina você entrar num galpão gigantesco, tipo Anhembi, cujas lojas são todas de sapatos. Todos eles a preço de fábrica, inclusive de marcas como Arezzo, Datelli, Myshoes, Schutz... Enfim, tem muita coisa, e a gente realmente fica louca. Da última vez saí com 11 pares e 3 bolsas. 

Compulsão? Não, necessidade. Nós precisamos. É sério! 

Claro que temos aqueles que ainda não usamos, mas um dia vamos usar, não é mesmo?

E são tantos modelos e cores, que nossos corações chegam a disparar quando encontramos um par apaixonante. 

Será que isso tem cura? Porque, convenhamos, se temos um vício, esse vício se chama sapato! 

sábado, 17 de outubro de 2015

Em busca do cabeleireiro perfeito.

Dizem que achar um bom cabeleireiro é mais difícil do que achar o homem da sua vida. 

Concordo, em partes! Achar o homem da vida não está nada fácil. Quem tem, que agarre o seu. Quem não tem, continue na luta e seja menos exigente, que ele vem.

Mas com cabeleireiro a coisa muda um pouco. Não dá pra relevar algumas coisas, ser menos exigente.

Quem nunca sentou numa cadeira de salão, pediu pra cortar dois dedos, e saiu com o cabelo chanel piolho's style? Aquele bem curto, sabe?

Como toda profissão, tem aquele que é ruim, aquele que é bom e aquele que é o cabeleireiro da sua vida. Esse, quando você achar, agarre e não solta nunca mais.

Uma vez fui num salão que nunca tinha ido e pedi luzes douradas. Depois de duas horas esperando, quando me olhei no espelho, pensei: "Oi? Eu pedi dourado e não esse laranja água de salsicha".

Sem saber como reagir quando a cabeleireira perguntou se eu havia gostado, decidi usar o sorriso que tinha aprendido nas aulas de teatro da sexta série. Ah, não tive dúvida, sai do salão, fui ao supermercado e comprei aquele super loiro da Loreal, e passei em seguida.

Quem nunca tentou consertar um erro no cabelo sozinha?

Antes disso, eu devia ter uns 12 anos, pedi o cabelo igual da Sandy. "Ok, vamos lá!". Molha o cabelo, penteia de um lado, corta do outro, e assim vai até secar, a cadeira virar e você se olhar no espelho: "Que porra é essa? Eu pedi o cabelo da Sandy e não do pai dela". Sim, eu estava com o cabelo igual ao do Xororó, aquele repicado em camadas bem definidas, frise-se: beeeeeeeem definidas.

Meu Santo Padroeiro dos cabeleireiros. 

Todas as mulheres têm histórias de idas ao salão mal sucedidas. Então todas as mulheres sabem a importância de encontrar um bom cabeleireiro.

Portanto amiga, se você achou um daqueles em quem confia, sabe que não vai te decepcionar, que já sabe o que você quer sem precisar falar muito, que te entende com um olhar, você é uma mulher de sorte, e não estou falando de homem, não, mas sim do cabeleireiro da sua vida. 

Agarre-o.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As crianças de hoje precisam de mães como as nossas!

Muitas coisas,
com o passar do tempo, mudam. No entanto, tem uma coisa que vi mudar e que realmente me incomoda, que é a maneira como muitas crianças se comportam.

Elas respondem, xingam, fazem bico, manha, ou, num ataque de fúria extremo, chegam até a bater nos seus pais. É sério, eu já vi.

Afinal, do que esse tipo de criança precisa? A maioria tem tudo o que quer. iPad, motorista, escola cara, brinquedos caros. Mas eu sei o que ela precisam: uma mãe igual à minha ou à sua.

Uma mãe que sabe impor limites e dizer não. E isso a minha sabia bem. 

Desde pequena não tenho tudo o que quero. 
Desde pequena aprendi que quando minha mãe dizia "não", era não. 
Desde pequena sei o significado de "vou contar até 3" ou de um olhar de olho arregalado quando eu falava ou fazia algo que não devia - isso quando ela estava longe, se estivesse perto era um cutucão básico nas costas. Quem nunca tomou um desse?

A intensidade do cutucão era proporcional à merda que você estava falando. Hoje eu dou risada, mas na hora eu engolia seco.

Se eu fizesse algo de errado pela manhã, que não pudesse ser repreendido na mesma hora, era simples: "quando chegar em casa, você vai apanhar". A frase saia meio tímida, porém firme, com os dentes cerrados e a boca entreaberta. E eu sabia, podia passar o dia inteiro, mas quando eu chegasse em casa, eu ia apanhar. 

Nunca vi uma pessoa levar tão a sério uma promessa, gente. 

Bastou ser levada uma vez para 'aquela conversa' no banheiro, quando não me comportei no restaurante, para ficar imóvel toda vez que recebia esse tipo de proposta da minha mãe: "quer ir conversar no banheiro?".

Eu aprendia rápido.

E quando ela me perguntava, já com o chinelo na mão: "você acha que merece apanhar pelo que fez?". 
Que pergunta difícil. Na minha ingênua e astuta cabecinha eu pensava: "ok, vamos lá, se eu falar que não mereço, estarei mentido. Por outro lado, se eu falar que mereço vou apanhar mais. Pense, Marina. Pense".

Então, eu fazia o máximo de carinha de gatinho do Shrek que podia (pensando: seja o que Deus quiser): "ah, acho que mereço mais ou menos, você que sabe." 

"Dessa vez passa, hein?".
Sabia que a tinha conquistado.

Era simples, o que eu tinha que fazer? Me comportar, respeitar meus pais e obedecê-los.

Claro que, por vezes, ainda mais por ser meio (meio?) hiperativa, eu esquecia disso, mas o chinelo que estalava na minha bunda rapidamente me fazia lembrar. 

Já fiquei de castigo por brincar de bola na sala e quebrar uma máscara de Veneza da minha mãe.

Já fiquei de castigo por responder atravessado para minha mãe. 

Já fiquei de castigo por ter aprontado na escola - eu não era muito fácil também.

Já fiquei de castigo por ficar pulando o fio que ligava um teclado elétrico da minha mãe à tomada, tropeçar e desligar tudo.

Enfim, foram muitos castigos - e todos merecidos, eu sei.

Segundo o entendimento que se criou em torno de uma palmada atualmente, eu deveria ter crescido rebelde, revoltada, drogada, alcoólatra, traumatizada, e por aí vai. 

Para decepção geral dos moralistas de plantão, fiquei de recuperação na escola uma única vez na vida, sempre fui bem recebida nas casas dos amigos dos meus pais e elogiada por ficar quieta e não mexer em todos os enfeites da estante, me formei, pós graduei,
mas o principal: tenho princípios, caráter, e tenho certeza que vou agir da mesma forma com meus filhos.

Com a lei da palmada, que pode até tirar a guarda de um filho, já ouvi crianças respondendo à mãe: "pode me bater, que eu ligo pra polícia e você vai presa". Ah se fosse meu filho, ou se fosse minha mãe: "pode ligar pra polícia, mas liga agora porque depois que eu te quebrar a cara e você perder seus dentes, nem falar você vai conseguir." 

Delicadeza napolitana. É, aqui o sangue tira racha, como dizem.

Mas convenhamos, mães como as nossas estão em falta no mercado.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Pobre menina rica.

Ela estava no aeroporto. Assim como eu, aguardava o anúncio pelo vôo de Porto Alegre a Santa Maria. Vestia um terno preto e uma saia preta, com scarpins envernizados. Anéis grandes e pulseiras chamativas. Cabelo bem arrumado, e a maquiagem impecável. A mulher sentada à minha frente aparentava ter uns 35 anos. A pele bem cuidada e as unhas impecavelmente pintadas. A bolsa, carteira e mala de mão da Victor Hugo, corroboravam com a maneira como ela se portava. Olhos atentos ao iPhone. Sua postura traduzia o seu estilo de vida. Afinal, mulheres financeiramente bem sucedidas chamam a atenção. 

E bastou observar um pouco para presenciar a cena que fez aquela super imagem desmoronar: depois de terminar o café, ela abre a bolsa e pega uma caixa de remédio com a tarja preta. Toma aquela pílula com um copo de água como quem toma uma fonte de vida. Após engoli-lo, ela respira fundo e olha para o lado, em direção à janela. Um olhar vago e triste. 

Pobre menina rica.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

S2 SP!


Depois de morar fora desta cidade que eu tanto amo, resolvi escrever um pouco sobre minhas percepções.

São Paulo é diferente de qualquer outra capital do Brasil. Entenda: não estou dizendo que é melhor, mas apenas diferente.
Essa diferença pode ser constatada no dia-a-dia: trânsito, pessoas, trabalho, horários, gastronomia. Como diz meu pai, é uma cidade cosmopolita.

É linda, iluminada, violenta, corrida e parada. Às vezes, muitas vezes, você pode demorar 40 minutos para andar 5km.

Durante a semana muita gente engravatada, andando rápido, às vezes correndo, atrasadas. O metrô lotado e apertado faz parecer que você foi para o trabalho direto da academia, sem sequer tomar um banho.

O trabalho é intenso, aqui o bonito é ser "workaholic", sair tarde e não ter tempo para a família, mas a média salarial também é bem maior. 

Se optamos pelo uso do carro, o trânsito toma conta de parte do dia do paulistano. São horas dentro dessa solitária caixa de metal, com vidros e travas elétricas.

Falando em trânsito: não existe mais o horário de pico aqui. O trânsito é do jeito que ele quer. Podemos enfrentar 2
horas numa terça à tarde indo para o centro ou 20 minutos às 19h indo pro aeroporto. De sexta-feira, em regra, tudo piora. Mas nada se compara à Rebouças. Eu não estava lá, mas na inauguração certeza que foi só abrir e já estava trânsito, e assim permanece até hoje, não importa o dia, nem a hora.

A marginal agora tem limite de velocidade de 70km por hora. Com certeza diminuirá o número de pessoas atropeladas (parênteses necessário: mas quem atravessa a marginal? "Ah, hoje vou nadar no Tietê. Vamos família, vistam suas roupas de banho e peguem suas toalhas"???) 
Em contrapartida o número de pessoas que vão dormir ao volante...

Pedestre é engraçado. A pessoa morre atropelada, mas não aguenta esperar os três minutos de vermelho. Que mania de correr sempre. Qual a diferença de esperar o sinal de pedestre ficar verde? 

De final de semana o programa é um bar ou uma balada. Tudo fica cheio, claro, e com fila pra entrar. Normalmente você já paga uma bela quantia apenas pra sentar e sorrir, e quando vê o cardápio:
"O que? R$ 16,00 uma longneck? Deus me livre. Tá, me vê uma caipirinha, então". 

No dia seguinte você tem um mini ataque cardíaco ao encontrar a sua via do cartão. 

Aqui ganha-se mais, mas gasta-se mais. Tudo é proporcional. 

Estacionamento de shopping custa R$15,00 pelo período de 4 horas. 

Vallet não tem por menos de R$20,00. Tá compensando ir de táxi e rezar pra não ser o dia  que o trânsito resolveu te deixar mais pobre. 

Nos centros comerciais, como a Faria Lima e a Paulista, te desafio a passar num sábado de madrugada e não ver uma luz em algum andar de um dos prédios comerciais acesa. A única justificativa é a pessoa morar no lugar que trabalha. Ou não? Vai saber....

A gastronomia aqui não tem igual. O bom é que não tem hora também. Digo isso porque se você quiser comer uma comida Thailandesa às 3h da manhã, você vai conseguir comer a tal comida Thailandesa às 3h da manhã. Aqui é assim. As grávidas e seus desejos repentinos que agradessem...

A vida não para!

São Paulo te abraça, as pessoas te acolhem. Experimente ser um novato numa sala de aula, não demora 2 dias pra te convidarem pra ir tomar uma cerveja no bar e depois emendar uma balada.

Em São Paulo Mariana é Mari, Felipe é Fê, Juliana é Jú e por aí vai.

Paulistano adora shopping, parque lotado, andar de bike em grupo à meia noite, bar, comida e sertanejo.

Tem a violência também, mas nem sobra muito tempo pra pensar nela. Lembramos quando estamos chegando em casa a noite e ficamos em estado de alerta, ou quando vemos notícias sobre isso, ou até mesmo quando somos assaltados de uma vez.
Acredite: é outra vida.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Banheiro de bar.

Banheiro de bar é o companheiro de todo mundo que curte beber uma cervejinha, ainda mais das mulheres. No início, seguramos o máximo que podemos, afinal, como dizem, “quando abrimos a torneirinha, não fechamos mais...”. Isso até o terceiro chope.

Depois dessa primeira etapa, já não aguentando mais, levantamos e vamos ao banheiro. Chegando na porta, olhamos para ela, deciframos o código para saber qual é o feminino, e entramos. Este detalhe é importante, por qual razão simplesmente não colocam “sanitário ou banheiro feminino”? Ao invés disso, preferem colocar imagens que temos que entender por analogia. Parece fácil, né? No início é, mas depois...

Com a ingestão continua de álcool, aqueles desenhos que já eram estranhos, se tornam desafios na sua vida naquele momento.

O bom de banheiro de bar é que depois de uma certa hora não precisamos mais decifrar os códigos afixados nas portas (Ufa...), a fila está tão grande que, como por inércia, simplesmente nos acomodamos atrás da última.

A fila do banheiro, por demorar um pouco, na maioria das vezes, rende muitas amizades momentâneas descartáveis. Momentâneas descartáveis porque depois de conversar, combinar balada, bar, inclusive trocar telefone, chegando a nossa vez nos despedimos com um: “mas então tá combinado, hein, me adiciona no face”, mas só depois descobrimos que não sabemos - ou lembramos - nem o primeiro nome da cidadã, e que a nossa pseudoamiga consta na lista de contatos como “dkdhsjncvjdkis”. Ah, tudo culpa desses celulares modernos com as letras do teclado espremidas.

Antes fosse.

Já dentro da cabine, fazendo legpress para não encostar no vaso - como nossas mães sempre recomendaram - rimos, cantamos e falamos, tudo sozinhas...

Até que, de um instante para o outro, tudo fica em silêncio, as meninas saíram e percebemos que estamos sozinhas mesmo. Nesse momento (tenso, por sinal), a luz, ativada por sensor de presença, se apaga. Então, começamos a movimentar os braços como o Tom Hanks, em "O náufrago" quando o pequeno avião passa sobre a ilha, e o pior: no escuro. Ou seja, é o cúmulo da situação constrangedora.

Sem contar que justo nessa hora seus músculos da coxa já estão tremendo de fadiga. Que situação.

Esse sensor dá uma raiva...

Mas nada disso nos abala. Quando saímos do banheiro, exuberantes, depois de pegar emprestada a maquiagem daquela menina que entrou no banheiro antes de sairmos, sentamos novamente à mesa, sem nem saber mais do que aquele povo está falando. 

Só nos resta uma coisa: “garçom, traz mais um”.

E até a próxima ida ao banheiro...