quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O que você faz quando vê alguém caindo?

Bom, eu faço a pior coisa que alguém pode fazer: dou risada. E não é pouca, não. É muita risada.

 

Outro dia, vi uma mulher cair quase na minha frente, saindo de uma loja de doces. Ela não viu o degrau para sair e pronto, foi o suficiente para cair de joelhos e espalhar docinhos pela calçada. 

 

Eu parei, olhei e fui ajudar. NÃO. Isso é o que eu deveria ter feito. A história real foi: eu parei, olhei e dei risada. Enquanto várias pessoas foram ajudar aquela mulher humilhada pela vida, eu estava lá, rindo dela, secretamente, claro, sei que ela não conseguiu me enxergar, pois seus óculos voaram do rosto e caíram perto da barra de Laka.

 

Eu poderia ter ido ajudar, mas como? Justamente o que aquela pobre mulher não precisava naquele momento, era alguém rindo dela, na cara dela.

 

Tem outra coisa também, a pessoa já está lá, toda estatelada, com cara de dor, querendo, se possível, sumir daquele lugar, daí vem um monte de gente perguntando: “Está tudo bem?”, “Machucou?”, “Quer ajuda?”. 


Não dá, né?

 

Um rapaz ainda perguntou: “Quer que chame a ambulância?”.

 

Oi? Ambulância? A mulher ralou o joelho! Enfim...

 

Claro que não dou risada somente quando vejo outra pessoa cair, não sou tão má assim. Quando eu caio, não consigo nem levantar de tanto dar risada de mim mesma.

 

Então assim, se eu vir alguém cair não vou ajudar, ok?

 

Grata pela compreensão.



domingo, 25 de outubro de 2015

Um vício chamado sapato!

As mulheres sabem que não existe sensação melhor do que olhar um sapato na vitrine, entrar na loja, experimentá-lo, e dizer: "vou levar". Esta é uma daquelas frases que nos faz sentir poderosas.

O pensamento é simples: eu quero, eu posso, eu levo. Esse sapato é meu!

Na verdade, o mundo não é tão simples assim, mas dividir em 3 vezes no cartão, já ajuda.

É tipo uma compulsão. Precisamos de muitos pares de sapato de salto alto, rasteirinhas, tênis, botas, e parece que sempre falta alguma coisa.

Os homens não entendem: "quantos pés você tem? Precisa mesmo de tudo isso de sapato?". 

"Siiiimmmm, eu precisooooo". 

E somente nós sabemos como precisamos! 

No sul, na cidade de Novo Hamburgo, acontece duas vezes por ano (abril e setembro), a feira "Loucura por sapato". Imagina você entrar num galpão gigantesco, tipo Anhembi, cujas lojas são todas de sapatos. Todos eles a preço de fábrica, inclusive de marcas como Arezzo, Datelli, Myshoes, Schutz... Enfim, tem muita coisa, e a gente realmente fica louca. Da última vez saí com 11 pares e 3 bolsas. 

Compulsão? Não, necessidade. Nós precisamos. É sério! 

Claro que temos aqueles que ainda não usamos, mas um dia vamos usar, não é mesmo?

E são tantos modelos e cores, que nossos corações chegam a disparar quando encontramos um par apaixonante. 

Será que isso tem cura? Porque, convenhamos, se temos um vício, esse vício se chama sapato! 

sábado, 17 de outubro de 2015

Em busca do cabeleireiro perfeito.

Dizem que achar um bom cabeleireiro é mais difícil do que achar o homem da sua vida. 

Concordo, em partes! Achar o homem da vida não está nada fácil. Quem tem, que agarre o seu. Quem não tem, continue na luta e seja menos exigente, que ele vem.

Mas com cabeleireiro a coisa muda um pouco. Não dá pra relevar algumas coisas, ser menos exigente.

Quem nunca sentou numa cadeira de salão, pediu pra cortar dois dedos, e saiu com o cabelo chanel piolho's style? Aquele bem curto, sabe?

Como toda profissão, tem aquele que é ruim, aquele que é bom e aquele que é o cabeleireiro da sua vida. Esse, quando você achar, agarre e não solta nunca mais.

Uma vez fui num salão que nunca tinha ido e pedi luzes douradas. Depois de duas horas esperando, quando me olhei no espelho, pensei: "Oi? Eu pedi dourado e não esse laranja água de salsicha".

Sem saber como reagir quando a cabeleireira perguntou se eu havia gostado, decidi usar o sorriso que tinha aprendido nas aulas de teatro da sexta série. Ah, não tive dúvida, sai do salão, fui ao supermercado e comprei aquele super loiro da Loreal, e passei em seguida.

Quem nunca tentou consertar um erro no cabelo sozinha?

Antes disso, eu devia ter uns 12 anos, pedi o cabelo igual da Sandy. "Ok, vamos lá!". Molha o cabelo, penteia de um lado, corta do outro, e assim vai até secar, a cadeira virar e você se olhar no espelho: "Que porra é essa? Eu pedi o cabelo da Sandy e não do pai dela". Sim, eu estava com o cabelo igual ao do Xororó, aquele repicado em camadas bem definidas, frise-se: beeeeeeeem definidas.

Meu Santo Padroeiro dos cabeleireiros. 

Todas as mulheres têm histórias de idas ao salão mal sucedidas. Então todas as mulheres sabem a importância de encontrar um bom cabeleireiro.

Portanto amiga, se você achou um daqueles em quem confia, sabe que não vai te decepcionar, que já sabe o que você quer sem precisar falar muito, que te entende com um olhar, você é uma mulher de sorte, e não estou falando de homem, não, mas sim do cabeleireiro da sua vida. 

Agarre-o.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As crianças de hoje precisam de mães como as nossas!

Muitas coisas,
com o passar do tempo, mudam. No entanto, tem uma coisa que vi mudar e que realmente me incomoda, que é a maneira como muitas crianças se comportam.

Elas respondem, xingam, fazem bico, manha, ou, num ataque de fúria extremo, chegam até a bater nos seus pais. É sério, eu já vi.

Afinal, do que esse tipo de criança precisa? A maioria tem tudo o que quer. iPad, motorista, escola cara, brinquedos caros. Mas eu sei o que ela precisam: uma mãe igual à minha ou à sua.

Uma mãe que sabe impor limites e dizer não. E isso a minha sabia bem. 

Desde pequena não tenho tudo o que quero. 
Desde pequena aprendi que quando minha mãe dizia "não", era não. 
Desde pequena sei o significado de "vou contar até 3" ou de um olhar de olho arregalado quando eu falava ou fazia algo que não devia - isso quando ela estava longe, se estivesse perto era um cutucão básico nas costas. Quem nunca tomou um desse?

A intensidade do cutucão era proporcional à merda que você estava falando. Hoje eu dou risada, mas na hora eu engolia seco.

Se eu fizesse algo de errado pela manhã, que não pudesse ser repreendido na mesma hora, era simples: "quando chegar em casa, você vai apanhar". A frase saia meio tímida, porém firme, com os dentes cerrados e a boca entreaberta. E eu sabia, podia passar o dia inteiro, mas quando eu chegasse em casa, eu ia apanhar. 

Nunca vi uma pessoa levar tão a sério uma promessa, gente. 

Bastou ser levada uma vez para 'aquela conversa' no banheiro, quando não me comportei no restaurante, para ficar imóvel toda vez que recebia esse tipo de proposta da minha mãe: "quer ir conversar no banheiro?".

Eu aprendia rápido.

E quando ela me perguntava, já com o chinelo na mão: "você acha que merece apanhar pelo que fez?". 
Que pergunta difícil. Na minha ingênua e astuta cabecinha eu pensava: "ok, vamos lá, se eu falar que não mereço, estarei mentido. Por outro lado, se eu falar que mereço vou apanhar mais. Pense, Marina. Pense".

Então, eu fazia o máximo de carinha de gatinho do Shrek que podia (pensando: seja o que Deus quiser): "ah, acho que mereço mais ou menos, você que sabe." 

"Dessa vez passa, hein?".
Sabia que a tinha conquistado.

Era simples, o que eu tinha que fazer? Me comportar, respeitar meus pais e obedecê-los.

Claro que, por vezes, ainda mais por ser meio (meio?) hiperativa, eu esquecia disso, mas o chinelo que estalava na minha bunda rapidamente me fazia lembrar. 

Já fiquei de castigo por brincar de bola na sala e quebrar uma máscara de Veneza da minha mãe.

Já fiquei de castigo por responder atravessado para minha mãe. 

Já fiquei de castigo por ter aprontado na escola - eu não era muito fácil também.

Já fiquei de castigo por ficar pulando o fio que ligava um teclado elétrico da minha mãe à tomada, tropeçar e desligar tudo.

Enfim, foram muitos castigos - e todos merecidos, eu sei.

Segundo o entendimento que se criou em torno de uma palmada atualmente, eu deveria ter crescido rebelde, revoltada, drogada, alcoólatra, traumatizada, e por aí vai. 

Para decepção geral dos moralistas de plantão, fiquei de recuperação na escola uma única vez na vida, sempre fui bem recebida nas casas dos amigos dos meus pais e elogiada por ficar quieta e não mexer em todos os enfeites da estante, me formei, pós graduei,
mas o principal: tenho princípios, caráter, e tenho certeza que vou agir da mesma forma com meus filhos.

Com a lei da palmada, que pode até tirar a guarda de um filho, já ouvi crianças respondendo à mãe: "pode me bater, que eu ligo pra polícia e você vai presa". Ah se fosse meu filho, ou se fosse minha mãe: "pode ligar pra polícia, mas liga agora porque depois que eu te quebrar a cara e você perder seus dentes, nem falar você vai conseguir." 

Delicadeza napolitana. É, aqui o sangue tira racha, como dizem.

Mas convenhamos, mães como as nossas estão em falta no mercado.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Pobre menina rica.

Ela estava no aeroporto. Assim como eu, aguardava o anúncio pelo vôo de Porto Alegre a Santa Maria. Vestia um terno preto e uma saia preta, com scarpins envernizados. Anéis grandes e pulseiras chamativas. Cabelo bem arrumado, e a maquiagem impecável. A mulher sentada à minha frente aparentava ter uns 35 anos. A pele bem cuidada e as unhas impecavelmente pintadas. A bolsa, carteira e mala de mão da Victor Hugo, corroboravam com a maneira como ela se portava. Olhos atentos ao iPhone. Sua postura traduzia o seu estilo de vida. Afinal, mulheres financeiramente bem sucedidas chamam a atenção. 

E bastou observar um pouco para presenciar a cena que fez aquela super imagem desmoronar: depois de terminar o café, ela abre a bolsa e pega uma caixa de remédio com a tarja preta. Toma aquela pílula com um copo de água como quem toma uma fonte de vida. Após engoli-lo, ela respira fundo e olha para o lado, em direção à janela. Um olhar vago e triste. 

Pobre menina rica.