quarta-feira, 30 de setembro de 2015

S2 SP!


Depois de morar fora desta cidade que eu tanto amo, resolvi escrever um pouco sobre minhas percepções.

São Paulo é diferente de qualquer outra capital do Brasil. Entenda: não estou dizendo que é melhor, mas apenas diferente.
Essa diferença pode ser constatada no dia-a-dia: trânsito, pessoas, trabalho, horários, gastronomia. Como diz meu pai, é uma cidade cosmopolita.

É linda, iluminada, violenta, corrida e parada. Às vezes, muitas vezes, você pode demorar 40 minutos para andar 5km.

Durante a semana muita gente engravatada, andando rápido, às vezes correndo, atrasadas. O metrô lotado e apertado faz parecer que você foi para o trabalho direto da academia, sem sequer tomar um banho.

O trabalho é intenso, aqui o bonito é ser "workaholic", sair tarde e não ter tempo para a família, mas a média salarial também é bem maior. 

Se optamos pelo uso do carro, o trânsito toma conta de parte do dia do paulistano. São horas dentro dessa solitária caixa de metal, com vidros e travas elétricas.

Falando em trânsito: não existe mais o horário de pico aqui. O trânsito é do jeito que ele quer. Podemos enfrentar 2
horas numa terça à tarde indo para o centro ou 20 minutos às 19h indo pro aeroporto. De sexta-feira, em regra, tudo piora. Mas nada se compara à Rebouças. Eu não estava lá, mas na inauguração certeza que foi só abrir e já estava trânsito, e assim permanece até hoje, não importa o dia, nem a hora.

A marginal agora tem limite de velocidade de 70km por hora. Com certeza diminuirá o número de pessoas atropeladas (parênteses necessário: mas quem atravessa a marginal? "Ah, hoje vou nadar no Tietê. Vamos família, vistam suas roupas de banho e peguem suas toalhas"???) 
Em contrapartida o número de pessoas que vão dormir ao volante...

Pedestre é engraçado. A pessoa morre atropelada, mas não aguenta esperar os três minutos de vermelho. Que mania de correr sempre. Qual a diferença de esperar o sinal de pedestre ficar verde? 

De final de semana o programa é um bar ou uma balada. Tudo fica cheio, claro, e com fila pra entrar. Normalmente você já paga uma bela quantia apenas pra sentar e sorrir, e quando vê o cardápio:
"O que? R$ 16,00 uma longneck? Deus me livre. Tá, me vê uma caipirinha, então". 

No dia seguinte você tem um mini ataque cardíaco ao encontrar a sua via do cartão. 

Aqui ganha-se mais, mas gasta-se mais. Tudo é proporcional. 

Estacionamento de shopping custa R$15,00 pelo período de 4 horas. 

Vallet não tem por menos de R$20,00. Tá compensando ir de táxi e rezar pra não ser o dia  que o trânsito resolveu te deixar mais pobre. 

Nos centros comerciais, como a Faria Lima e a Paulista, te desafio a passar num sábado de madrugada e não ver uma luz em algum andar de um dos prédios comerciais acesa. A única justificativa é a pessoa morar no lugar que trabalha. Ou não? Vai saber....

A gastronomia aqui não tem igual. O bom é que não tem hora também. Digo isso porque se você quiser comer uma comida Thailandesa às 3h da manhã, você vai conseguir comer a tal comida Thailandesa às 3h da manhã. Aqui é assim. As grávidas e seus desejos repentinos que agradessem...

A vida não para!

São Paulo te abraça, as pessoas te acolhem. Experimente ser um novato numa sala de aula, não demora 2 dias pra te convidarem pra ir tomar uma cerveja no bar e depois emendar uma balada.

Em São Paulo Mariana é Mari, Felipe é Fê, Juliana é Jú e por aí vai.

Paulistano adora shopping, parque lotado, andar de bike em grupo à meia noite, bar, comida e sertanejo.

Tem a violência também, mas nem sobra muito tempo pra pensar nela. Lembramos quando estamos chegando em casa a noite e ficamos em estado de alerta, ou quando vemos notícias sobre isso, ou até mesmo quando somos assaltados de uma vez.
Acredite: é outra vida.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Banheiro de bar.

Banheiro de bar é o companheiro de todo mundo que curte beber uma cervejinha, ainda mais das mulheres. No início, seguramos o máximo que podemos, afinal, como dizem, “quando abrimos a torneirinha, não fechamos mais...”. Isso até o terceiro chope.

Depois dessa primeira etapa, já não aguentando mais, levantamos e vamos ao banheiro. Chegando na porta, olhamos para ela, deciframos o código para saber qual é o feminino, e entramos. Este detalhe é importante, por qual razão simplesmente não colocam “sanitário ou banheiro feminino”? Ao invés disso, preferem colocar imagens que temos que entender por analogia. Parece fácil, né? No início é, mas depois...

Com a ingestão continua de álcool, aqueles desenhos que já eram estranhos, se tornam desafios na sua vida naquele momento.

O bom de banheiro de bar é que depois de uma certa hora não precisamos mais decifrar os códigos afixados nas portas (Ufa...), a fila está tão grande que, como por inércia, simplesmente nos acomodamos atrás da última.

A fila do banheiro, por demorar um pouco, na maioria das vezes, rende muitas amizades momentâneas descartáveis. Momentâneas descartáveis porque depois de conversar, combinar balada, bar, inclusive trocar telefone, chegando a nossa vez nos despedimos com um: “mas então tá combinado, hein, me adiciona no face”, mas só depois descobrimos que não sabemos - ou lembramos - nem o primeiro nome da cidadã, e que a nossa pseudoamiga consta na lista de contatos como “dkdhsjncvjdkis”. Ah, tudo culpa desses celulares modernos com as letras do teclado espremidas.

Antes fosse.

Já dentro da cabine, fazendo legpress para não encostar no vaso - como nossas mães sempre recomendaram - rimos, cantamos e falamos, tudo sozinhas...

Até que, de um instante para o outro, tudo fica em silêncio, as meninas saíram e percebemos que estamos sozinhas mesmo. Nesse momento (tenso, por sinal), a luz, ativada por sensor de presença, se apaga. Então, começamos a movimentar os braços como o Tom Hanks, em "O náufrago" quando o pequeno avião passa sobre a ilha, e o pior: no escuro. Ou seja, é o cúmulo da situação constrangedora.

Sem contar que justo nessa hora seus músculos da coxa já estão tremendo de fadiga. Que situação.

Esse sensor dá uma raiva...

Mas nada disso nos abala. Quando saímos do banheiro, exuberantes, depois de pegar emprestada a maquiagem daquela menina que entrou no banheiro antes de sairmos, sentamos novamente à mesa, sem nem saber mais do que aquele povo está falando. 

Só nos resta uma coisa: “garçom, traz mais um”.

E até a próxima ida ao banheiro...

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Se você ronca, por favor, não durma no avião!

Viajar de avião é sempre uma experiência que classifico como indefinida. Digo indefinida porque cada vôo é um vôo, mas com certeza os que mais irritam são os voos de sexta à noite. Sexta à noite está todo mundo meio animado e meio cansado, alguns estão indo passar o final de semana, outros estão simplesmente voltando. E tem todo tipo de gente...
Tem gente apressada, tem aquele que quer furar a fila na hora do embarque porque está atrasado. Com toda a paciência (sqn) digo: "amigo, o meu vôo é o mesmo que o seu". Tem aquele que não respeita a regra de desligar os aparelhos eletrônicos quando as portas fecham, e tem aquele que tem tanto medo de avião que já desliga o celular no finger, depois da ligação de despedida com a família, porque nunca se sabe, né?
Tem aquele que compra os snacks inflacionados do cardápio, e aquele que pede água com gelo porque é de graça - eu peço água, claro!
Tem gente que fica escrevendo e-mails de trabalho e tem aquele que simplesmente relaxa e dorme.
E é aí que o problema começa, mais irritante do que criança chorando no avião, é o adulto que dorme e ronca no avião.
O ronco vai irritar demais as outras 178 pessoas que estão presos com você nessa salsicha voadora, que está a 36.000 pés do solo.
Antes de embarcar toma um café, guaraná, açaí, cheira cocaína, sei lá... Faz alguma coisa, qualquer coisa, para evitar que seus olhos se fechem, sua cabeça encoste no banco, sua boca se abra e você comece a roncar desesperadamente.
Ronco! Nenhum outro som no mundo pode ser mais irritante e, gente, tem tratamento!
Meu vôo de sexta feira à noite?
Bom, meu vôo de sexta eu classifico como irritante, porque um cidadão atrás de mim roncou por uma hora e vinte sem parar. Nunca desejei tanto uma turbulência...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Eu tenho medo de dentista.

E quem não tem?
Quem não tem, ótimo.
Quem tem sabe a agonia de ficar sentado numa sala de espera, rodeado por fotos de dentes que eram amarelos e agora são brancos, escrito "before" e "after", escutando aquele barulho da maquininha com sei lá quantas mil rotações por minuto e uma música de fundo que toca enquanto você aguarda. 

Pronto, começou o bolo no estômago, de tanta ansiedade!

Quando vou ao dentista tenho a sensação de que estou indo para uma sala de tortura. Quando chego e escuto a broca funcionando, já penso: "Coitado de quem está lá dentro agora, mas o pior é que o próximo sou eu!".

Na sala de espera, a cada minuto que passa, demonstro, inconscientemente, cada vez mais, o meu nervosismo: bebo vários copos d'água, vou ao banheiro, finjo que leio as revistas, mas viro cada página tão rápido que fica claro que eu não estou prestando atenção em uma palavra sequer. Começo a balançar minhas pernas para tentar aliviar aquela angústia. E de repente: "Marina, vamos lá?".

"É, chegou minha hora". 
"Calma você já não é mais criança pra ter medo de dentista"... 
..."mas e dai? Não quero ficar aqui". 
"Acho que ainda dá tempo de sair correndo"...

Depois desse conflito interno no corredor entre a sala de espera e a sala de tortura, digo, do dentista, eu entro, sento na cadeira e penso: "Seja o que Deus quiser, só tente agir normalmente". "Pelo menos quando eu era criança, a dentista abria uma gaveta cheia de tralhas e eu podia escolher qualquer uma pra levar pra casa..." - penso meio birrenta.
"Ok, você não é mais criança, agora você é adulta". - me corrijo.

Ele coloca as luvas, a máscara e o óculos de acrílico, e na minha mente vem a imagem de um açougueiro. Ai gente, isso não é saudável. 

Me questiono nesse momento:
"Porque não posso tomar anestesia geral?"
"Porque não posso ser, pelo menos, sedada?"
"Porque não posso trocar todos os meus dentes por dentes falsos de uma vez? No more pain"
"Ai meu Pai, porque eu ainda estou aqui?"...
"Ish, com certeza ele vai descobrir que eu não uso fio dental três vezes ao dia..."

Entre um arrepio e outro, com o rosto todo franzido, uma mão apertando a outra, a perna rígida, escuto: "pronto, acabou a limpeza".

Gente, tudo isso por causa de uma limpeza de dente. Vê se pode...


domingo, 13 de setembro de 2015

Operação casamento.


Casar! Desde criança, sempre que ia a casamentos, olhava aquelas noivas lindas com seus vestidos brancos, sorrisos emocionados, seus olhares marejados e pensava: "um dia vou casar também, de branco, véu e grinalda".


O tempo passa, você cresce, amadurece, acha a pessoa certa...
"E aí, ele não vai me pedir em casamento?". 

O pedido de casamento é uma história a parte. Eu, que sempre vivi em uma comédia romântica, pensava que o meu seria através de um alto falante de aeroporto ou no intervalo de um jogo de futebol. Aqueles que todos param e ficam te olhando esperando o sim, e quando você diz "sim" a multidão bate palma.

A realidade é um pouco diferente. Acaba, pelo menos para a maioria dos paulistanos, sendo num jantar no terraço Itália, e, com certeza, você vai se ligar antes mesmo de sair de casa, porque homem não sabe disfarçar. Evidente que na hora que você ouve: "quer casar comigo?", seu coração dispara e seus olhos enchem de lágrima. 

Depois de finalmente, ouvir a tão esperada pergunta, e responder "sim", um pouco mais contido do que aquele que eu falaria no estádio, claro (rsss...), pensei: "é hora de organizar o MEU casamento."

Com o desenrolar das coisas, você vai percebendo que a parte mais fácil era ser pedida em casamento, e que o verdadeiro desafio é começar do zero a organizar o que vai ser, provavelmente, a maior festa que você vai dar na sua vida. E durante algum tempo, esta será a sua realidade paralela.

Pensei: "Marina, liste as providências".

Quantos convidados?
Visitar os espaços;
Fazer degustação;
Decoração;
Foto e vídeo;
DJ;
Docinho;
Bem casado;
Bolo e bolo fake;
Bebida;
Vestido de noiva;
Roupa do noivo;
Dia da noiva;
Atração musical além do DJ;
Madrinhas e padrinhos;
Daminha e pajem;
Celebrante;
Convite;

"Pronto, acho que é isso". Doce ilusão...

Conversando com as pessoas que já casaram, você percebe que, na verdade, existem infinitas outras coisas a serem vistas e perguntas a serem respondidas:

- "Você vai entrar de sapato branco mesmo ou combinando com o bouquet?"
Lá vou eu pra lista: ver cor do sapato e bouquet.
Boa, tinha esquecido que tenho que comprar um sapato novo para isso, mas comprar sapato nunca é um sacrifício. Rsss...

- "E o topo do bolo, tem que fazer, hein?". "Topo do bolo?". "Sim, aqueles bonequinhos que ficam em cima do bolo fake".
Primeiro: quem come o bolo de casamento? Na hora do bolo já está todo mundo tão bêbado... Segundo: quem repara no topo do bolo fake? 
Lá vou eu pra lista: ver topo do bolo.

- "E o bouquet da daminha?". "Sério que a daminha tem bouquet? Nunca vi."
Esse eu não coloquei na lista, mesmo. Vai entrar de mão dada com o pajem.

- "E o carro da noiva?"
"Ai gente, pra que carro da noiva?". 
Tudo bem, lá vamos nós: ver carro da noiva.

Enfim, conversar com os outros sobre o casamento é bom, e você vai querer falar dos preparativos, até porque isso vai te tomar um ano inteiro de planejamento pessoal e financeiro, mas tem que ter cuidado ao ouvir, e ter discernimento para descartar o que é só gasto extra. Afinal, casar é caro, muito caro! Nenhum preço tem apenas três dígitos, é tudo mil pra cima, e esse fator vai limitar sua lista. Ah, e como vai.

Pra grande maioria dos homens é tudo mais fácil, na verdade eles pensam assim: "o sonho é seu, pode decidir como quiser", mas claro que transmitem isso para as mulheres, após o filtro mental, dizendo: "meu amor, o que você decidir eu estou de acordo, só me chama pras degustações." Dessa parte eles gostam, ainda mais porque servem caipirinha e chope.

Estou a seis meses do meu casamento e só falta ver o convite! Fiz uma planilha para não ter que contratar assessora. Comecei a organizar tudo 1 ano e 3 meses antes e foi ótimo, assim encontrei tudo o que eu quis, pois se deixar muito pra frente, os prestadores talvez não estejam disponíveis na sua data.

O Instagram da noiva fica engraçado, cheio de páginas de dicas para noivas, acessórios para noivas, ideias para noivas, enfim, tudo para noivas. Chega uma hora que nem a própria noiva aguenta. Eu, por exemplo, já exclui várias páginas... Tem que saber a hora de parar, gente!

Apesar de cansativo é sensacional. Todas as mulheres que têm esse sonho deveriam conseguir realizá-los. E eu torço mesmo, porque amo ir a casamentos. Sobre o meu, eu adoro falar, escrever, faço contagem regressiva, sonho com ele, não vejo a hora.

Tudo isso para dizer: dê muito valor quando receber um convite de casamento. Você foi um sobrevivente!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Essa tal de TPM...


Ela existe, não duvidem, e foi cientificamente comprovado.


Homens, vocês tem que entender. 

Mulheres, não abusem.

Mas é serio, TPM causa sim choros repentinos e grosserias desproporcionais. Uma vez eu chorei na propaganda da Crossfox. Sabe aquela que o carro laranja olha para os filhotes de leão como se fosse sua família? Gente, naquele momento foi emocionante! E não é tipo "na hora foi engraçado". Ou é? Ihhhhh...

O que esses tais de hormônios fazem com a nossa sanidade? 

E o pior que quem está ao redor fica sem saber o que esperar de uma mulher nesse estado. Até porque, quem dera fosse todo mês o mesmo tipo de TPM. Pelo menos eu tenho o mês raivosa, o mês indiferente, o mês emocionante, o mês em branco e o mês "me dá um chocolate".

O mês raivosa é o que acomete a maioria das mulheres, na maioria dos meses. Intolerância a palpites e sugestões, falta de paciência com o próximo e irritabilidade excessiva com coisas que, normalmente, você deixaria passar.

Já o mês indiferente faz com que a mulher se sinta uma psicopata. Ela é capaz de pensar: "poderia matar alguém agora e nem me arrependeria". Perigo total! Cuidado!

O mês emocionante é aquele que te faz sentir uma manteiga derretida. Você chora com propaganda, música e filme. E filme que não te faria chorar no seu estado normal, tipo 'Amigas para sempre', da Britney Spears. Vai por mim, pode acontecer. Se colocar 'Marley e eu', então... Três dias chorando!

O mês em branco é ótimo, você apenas menstrua. E quando menstrua se dá conta de que passou ilesa de TPM. Na verdade esse tipo é aparentemente bom, mas não se iluda. Provavelmente, no próximo ciclo, os hormônios demoníacos acumulados vão se manifestar, fazendo com que você tenha: o mês "me dá um chocolate".

Esse mês é no estilo: "Give me the chocolate, and nobody get hurts". É a fúria feminina na exponencial que nem Pitágoras, ou Baskara, ou sei lá qual matemático explicaria. Nesse mês, tudo está ruim: seu cabelo, sua pele, você não quer ver ninguém (sorte das pessoas), briga com o próprio espelho, sai dos grupos de WhatsApp, se acha gorda, posta coisas no facebook do @divadepressao, anda olhando pra o chão... Ou seja, age como uma completa louca. 

Ué, qual é o problema? Na hora faz todo o sentido! Mas quem aguenta, hein? Tem meses que nem a gente se aguenta.

E nunca pergunte se a mulher está estressada, emotiva ou indiferente por causa da TPM. Mulher odeia ouvir: "nossa, tá de TPM, é?", ou pior: "Ihhhh, deixa ela, deve ser TPM". Não faça isso! 

Que fique bem claro desde já: quem pode reconhecer que está de TPM é somente a própria portadora da moléstia. Nunca tente avisá-la. Os hormônios escutam, eles passam a te odiar, e você vai se arrepender.

Eu, hein? Essa coisa de TPM não é de Deus, não. 

Vai entender... Se nem a gente entende!

Só sei de uma coisa: preciso de um chocolate, agora!


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Um dia em Maceió!

Foi a trabalho a minha primeira viagem ao nordeste. Na verdade, já fui a Porto Seguro, mas era com a escola, então não conta. Pensando bem, essa também quase não conta, mas vale!

O turismo no Brasil, para os brasileiros, não é nada barato. Devido ao preço das passagens e hotéis, toda vez que me organizo para viajar, logo descarto o nordeste, pois os preços quase não diferem daqueles que pagamos para voos a outros países. 

Chegando em Maceió, já me deparei com um aeroporto que lembrou o de Madrid, e que, diga-se de passagem, foi construído muito antes da Copa do Mundo aqui no Brasil. O taxista, muito simpático, me falava no caminho o nome de todas as ruas, como se eu fosse me localizar depois. Eu sabia que não ia lembrar o nome de nenhuma delas até chegar no hotel, mas o deixei falar. Ele estava tão feliz sendo, além de taxista, meu guia turístico. 
Cheguei ao hotel com fome e perguntei sobre o serviço de quarto, que não tinha, mas o funcionário me indicou duas pizzarias. Olhando os panfletos, resolvi ligar para uma delas, quando me atenderam percebi que o sotaque não era estranho e ao perguntar, confirmei: o dono da pizzaria era um italiano. "Huuumm pizza italiana"
A pizza foi entregue pelo próprio motoboy, na porta do quarto. Comi três fatias, tomei um banho e fui dormir. 

Ao acordar, fui até a sala de café da manhã, dei uma olhada geral,
nada de diferente, até chegar na macaxeira cozida. Curioso!
Depois de cumprir a minha primeira missão a trabalho do dia, resolvi almoçar em um restaurante na beira da praia, já que o juiz só chegaria às 14h no fórum. Então, pedi para o taxista, não o mesmo do aeroporto, infelizmente, me deixar no calçadão. Ao andar por ali, com a brisa aliviando o calor, várias pessoas me ofereciam cadeiras e guarda-sol, o que eu tive que rejeitar, com dor no coração, claro!

Andei por uma feira de artesanato e comprei um shorts por cinco reais. Cinco reais! E ainda, como eu não estava achando a moeda de um real, mas somente duas notas de dois, o vendedor: "fica por quatro mesmo". "Quatro? Não, quatro é pouco, espera aí que vou achar a minha moeda", e achei. E olha que eu adoro uma promoção, hein?

No caminho para o restaurante, ainda comprei uma água de coco: "quanto é?"."é dois". "Oi?". "Dois". "Dois mesmo?". "Sim senhora, dois reais!". E como estava doce e gelada a água daquele coco.

Passando por um quiosque, um homem me parou e disse: "Oxi, já vi di tudo nessa praia, marralguém di mala, nunca vi, não!". "É que eu estou aqui a trabalho. vou ao fórum depois de almoçar!"."Marrrr di shorti?" Resolvi dar razão àquele homem, afinal, que coerência tinha para ele, alguém estar de shorts e chinelo andando pela orla com uma mala de rodinha? Quase falei: "Juro que a minha saia e meu salto alto estão dentro desta mala. Eu vou colocá-los para falar com o juiz". Rsss...

Cheguei ao restaurante ainda rindo sozinha do que tinha acabado de acontecer. Restaurante à beira mar, quase na areia. Os garçons de chinelo e bermuda. Que vida boa. Na minha cabeça fazia o comparativo entre São Paulo e aquele lugar, que lugar lindo.
O mar azul, céu azul, areia clarinha...

Depois de comer muito bem, e pagar um preço super justo, fechei a conta e fui ao fórum estadual, que é arejado, iluminado e aconchegante, bem diferente do nosso querido central, na praça da Sé. Chegando no cartório, pude escutar alguns serventuários falando mal do governo, reclamando que tudo ficaria mais caro, inclusive o iPhone!

Assim que terminei de falar com o juiz, fui para o aeroporto, meu voo sairia às 20:40 e eu cheguei às 17:10. Mais de três horas esperando, mas eu nem liguei, porque a atendente do Bob's, além de muito simpática, como todos por lá aliás, colocou duas porções extras de Ovomaltine no meu milkshake sem cobrar nada a mais por isso. Amei!

Que dia bom...
#momentosfelizes



Shorts de quase R$4,00 + mala de rodinha!


Quiosque: Kanoa.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

E aí, vai pra onde?


Viajar! Ah, que coisa boa. A maioria das pessoas que não tem filhos, e boa parte das que tem, trabalha durante um ano inteiro só para poder tirar aquelas semaninhas de descanso em algum lugar bem longe e bem diferente da rotina. 


Nunca esqueço, sempre que fecho uma viagem, a frase que ouvi da minha mãe semanas antes do meu aniversário de 12 anosque foi na garagem da casa da minha avó com um DJ contratado que só tocava Skank e Mila, do Netinho: “Marina, a melhor parte da festa é esperar por ela”. 


Sem menosprezar minha ansiedade no aguardo da minha festa com praticamente todas as meninas da sexta série e aquele menino que eu era super afim, esperar por uma viagem é sensacional, você faz o roteiro, entra no Google e procura por todas as imagens e história dos principais pontos turísticos,  compra muita moeda do país de destino, aumenta o limite do cartão de crédito, faz a mala – tentando levar só o básico: “Bom, são 64 kg, então dá pra levar esse tênis, esse sapato de salto, vai que a gente sai a noite. Essa rasteirinha. A sapatilha."


"Ah, vou levar essa bota também, vai que esfria. Bota de salto alto, importante, vai que esfria bem na noite que nós vamos sair”; “Maquiagem? Bom, maquiagem só o essencial, claro: protetor solar, base líquida, base em pó, blush para bronzeamento, blush para efeito rosado, lápis de olho, rímel, sombra, batom – bom levar o vermelho, o vinho e o nude...”.


Enfim, quando você percebe suas duas malas já estão transbordando e você pensa: "Bom, quem sabe eu tiro o secador, com certeza tem lá no hotel." Essa talvez seja a pior decisão. Poxa, porque não optei pela bota de salto alto? O secador, não! Nenhum hotel terá um secador como o seu, serão 20 minutos a mais na hora de secar o cabelo com aquele secador que é colado na parede, e que tem apenas um botão para você posicionar no “ON” ou no “OFF, e que quando você ligar, terá a impressão que está secando o cabelo com um aparelho de barbear.


Enfim, malas prontas, vamos para o aeroporto. Para quem já viajou pelo terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, sabe que não tem sensação melhor do que chegar com as suas duas malas enormes e fazer check-in para aquele país que você conheceu por tanto tempo pelas imagens do Google. Esse momento glamour dura até você entrar no avião, passar pela primeira classe, olhar aquelas poltronas que quase viram camas e depois andar mais uns 5 ou 10 metros até o seu lugar, que não tem o espaço suficiente para sua mochila e suas pernas. E olha que eu tenho 1,58cm, hein?


Depois de algumas horas dormindo – ou tentando dormir – sentada (Aliás, tem algumas pessoas que são abençoadas, entram no avião, dormem e acordam somente com o pouso. É, definitivamente eu não sou assim, quando chego ao meu destino, tenho a sensação de que passei umas três semanas sobrevoando o atlântico, porque a cada pequena turbulência lá estava eu com os olhos arregalados, parecendo uma coruja na escuridão). 

Quando você chegar, vai estar cansado, vai pegar o primeiro taxi em direção ao hotel, vai fazer a conversão em reais na hora de pagar, e vai ver que deveria ter utilizado um transporte público, mas acaba pensando para se confortar: “É, minhas malas não iam caber no ônibus”.


Ah, viajar, dizem que não é gastar dinheiro, mas sim investir, e eu acredito veementemente nisso. Conhecer outra cultura, outra língua, passear por novas ruas, respirar novos ares. Viajar é tão maravilhoso, é libertador. Aliás, já estou organizando a minha próxima viagem, com menos sapato e com secador de cabelo, óbvio.


E você, vai pra onde?