quarta-feira, 30 de setembro de 2015

S2 SP!


Depois de morar fora desta cidade que eu tanto amo, resolvi escrever um pouco sobre minhas percepções.

São Paulo é diferente de qualquer outra capital do Brasil. Entenda: não estou dizendo que é melhor, mas apenas diferente.
Essa diferença pode ser constatada no dia-a-dia: trânsito, pessoas, trabalho, horários, gastronomia. Como diz meu pai, é uma cidade cosmopolita.

É linda, iluminada, violenta, corrida e parada. Às vezes, muitas vezes, você pode demorar 40 minutos para andar 5km.

Durante a semana muita gente engravatada, andando rápido, às vezes correndo, atrasadas. O metrô lotado e apertado faz parecer que você foi para o trabalho direto da academia, sem sequer tomar um banho.

O trabalho é intenso, aqui o bonito é ser "workaholic", sair tarde e não ter tempo para a família, mas a média salarial também é bem maior. 

Se optamos pelo uso do carro, o trânsito toma conta de parte do dia do paulistano. São horas dentro dessa solitária caixa de metal, com vidros e travas elétricas.

Falando em trânsito: não existe mais o horário de pico aqui. O trânsito é do jeito que ele quer. Podemos enfrentar 2
horas numa terça à tarde indo para o centro ou 20 minutos às 19h indo pro aeroporto. De sexta-feira, em regra, tudo piora. Mas nada se compara à Rebouças. Eu não estava lá, mas na inauguração certeza que foi só abrir e já estava trânsito, e assim permanece até hoje, não importa o dia, nem a hora.

A marginal agora tem limite de velocidade de 70km por hora. Com certeza diminuirá o número de pessoas atropeladas (parênteses necessário: mas quem atravessa a marginal? "Ah, hoje vou nadar no Tietê. Vamos família, vistam suas roupas de banho e peguem suas toalhas"???) 
Em contrapartida o número de pessoas que vão dormir ao volante...

Pedestre é engraçado. A pessoa morre atropelada, mas não aguenta esperar os três minutos de vermelho. Que mania de correr sempre. Qual a diferença de esperar o sinal de pedestre ficar verde? 

De final de semana o programa é um bar ou uma balada. Tudo fica cheio, claro, e com fila pra entrar. Normalmente você já paga uma bela quantia apenas pra sentar e sorrir, e quando vê o cardápio:
"O que? R$ 16,00 uma longneck? Deus me livre. Tá, me vê uma caipirinha, então". 

No dia seguinte você tem um mini ataque cardíaco ao encontrar a sua via do cartão. 

Aqui ganha-se mais, mas gasta-se mais. Tudo é proporcional. 

Estacionamento de shopping custa R$15,00 pelo período de 4 horas. 

Vallet não tem por menos de R$20,00. Tá compensando ir de táxi e rezar pra não ser o dia  que o trânsito resolveu te deixar mais pobre. 

Nos centros comerciais, como a Faria Lima e a Paulista, te desafio a passar num sábado de madrugada e não ver uma luz em algum andar de um dos prédios comerciais acesa. A única justificativa é a pessoa morar no lugar que trabalha. Ou não? Vai saber....

A gastronomia aqui não tem igual. O bom é que não tem hora também. Digo isso porque se você quiser comer uma comida Thailandesa às 3h da manhã, você vai conseguir comer a tal comida Thailandesa às 3h da manhã. Aqui é assim. As grávidas e seus desejos repentinos que agradessem...

A vida não para!

São Paulo te abraça, as pessoas te acolhem. Experimente ser um novato numa sala de aula, não demora 2 dias pra te convidarem pra ir tomar uma cerveja no bar e depois emendar uma balada.

Em São Paulo Mariana é Mari, Felipe é Fê, Juliana é Jú e por aí vai.

Paulistano adora shopping, parque lotado, andar de bike em grupo à meia noite, bar, comida e sertanejo.

Tem a violência também, mas nem sobra muito tempo pra pensar nela. Lembramos quando estamos chegando em casa a noite e ficamos em estado de alerta, ou quando vemos notícias sobre isso, ou até mesmo quando somos assaltados de uma vez.
Acredite: é outra vida.


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