terça-feira, 1 de setembro de 2015

E aí, vai pra onde?


Viajar! Ah, que coisa boa. A maioria das pessoas que não tem filhos, e boa parte das que tem, trabalha durante um ano inteiro só para poder tirar aquelas semaninhas de descanso em algum lugar bem longe e bem diferente da rotina. 


Nunca esqueço, sempre que fecho uma viagem, a frase que ouvi da minha mãe semanas antes do meu aniversário de 12 anosque foi na garagem da casa da minha avó com um DJ contratado que só tocava Skank e Mila, do Netinho: “Marina, a melhor parte da festa é esperar por ela”. 


Sem menosprezar minha ansiedade no aguardo da minha festa com praticamente todas as meninas da sexta série e aquele menino que eu era super afim, esperar por uma viagem é sensacional, você faz o roteiro, entra no Google e procura por todas as imagens e história dos principais pontos turísticos,  compra muita moeda do país de destino, aumenta o limite do cartão de crédito, faz a mala – tentando levar só o básico: “Bom, são 64 kg, então dá pra levar esse tênis, esse sapato de salto, vai que a gente sai a noite. Essa rasteirinha. A sapatilha."


"Ah, vou levar essa bota também, vai que esfria. Bota de salto alto, importante, vai que esfria bem na noite que nós vamos sair”; “Maquiagem? Bom, maquiagem só o essencial, claro: protetor solar, base líquida, base em pó, blush para bronzeamento, blush para efeito rosado, lápis de olho, rímel, sombra, batom – bom levar o vermelho, o vinho e o nude...”.


Enfim, quando você percebe suas duas malas já estão transbordando e você pensa: "Bom, quem sabe eu tiro o secador, com certeza tem lá no hotel." Essa talvez seja a pior decisão. Poxa, porque não optei pela bota de salto alto? O secador, não! Nenhum hotel terá um secador como o seu, serão 20 minutos a mais na hora de secar o cabelo com aquele secador que é colado na parede, e que tem apenas um botão para você posicionar no “ON” ou no “OFF, e que quando você ligar, terá a impressão que está secando o cabelo com um aparelho de barbear.


Enfim, malas prontas, vamos para o aeroporto. Para quem já viajou pelo terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, sabe que não tem sensação melhor do que chegar com as suas duas malas enormes e fazer check-in para aquele país que você conheceu por tanto tempo pelas imagens do Google. Esse momento glamour dura até você entrar no avião, passar pela primeira classe, olhar aquelas poltronas que quase viram camas e depois andar mais uns 5 ou 10 metros até o seu lugar, que não tem o espaço suficiente para sua mochila e suas pernas. E olha que eu tenho 1,58cm, hein?


Depois de algumas horas dormindo – ou tentando dormir – sentada (Aliás, tem algumas pessoas que são abençoadas, entram no avião, dormem e acordam somente com o pouso. É, definitivamente eu não sou assim, quando chego ao meu destino, tenho a sensação de que passei umas três semanas sobrevoando o atlântico, porque a cada pequena turbulência lá estava eu com os olhos arregalados, parecendo uma coruja na escuridão). 

Quando você chegar, vai estar cansado, vai pegar o primeiro taxi em direção ao hotel, vai fazer a conversão em reais na hora de pagar, e vai ver que deveria ter utilizado um transporte público, mas acaba pensando para se confortar: “É, minhas malas não iam caber no ônibus”.


Ah, viajar, dizem que não é gastar dinheiro, mas sim investir, e eu acredito veementemente nisso. Conhecer outra cultura, outra língua, passear por novas ruas, respirar novos ares. Viajar é tão maravilhoso, é libertador. Aliás, já estou organizando a minha próxima viagem, com menos sapato e com secador de cabelo, óbvio.


E você, vai pra onde? 

 

 


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